PESQUISA PPGEO/UEMA: Intensas chuvas aumentam erosões no Maranhão


Por em 4 de julho de 2023



Voçoroca no bairro do Araçagy município de São José de Ribamar, Maranhão

 

 

Fonte: Viana, 2015.

Com a intensa temporada de chuvas no Maranhão nos últimos meses, grandes crateras, conhecidas cientificamente como Voçorocas estão se abrindo em vários municípios do Estado, sendo, com isso, objeto de preocupação do poder público e aprofundamento de estudos por parte dos pesquisadores da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).

“São processos erosivos acelerados, formados pela ação do escoamento superficial e subsuperficial, especialmente durante o período chuvoso em solos localizados nas encostas com média e alta declividades, potencializados pela ausência de cobertura vegetal”, disse o pesquisador e professor do PPGEO/UEMA, Fernando Bezerra.

Fernando ressalta que as pesquisas no Maranhão sobre processos erosivos por voçorocamento vêm sendo desenvolvidas desde 1998, principalmente nos municípios de São Luís, Bom Jesus das Selvas, Santa Luzia, São José de Ribamar, Arame, Açailândia e Buriticupu, com o financiamento da UEMA, FAPEMA, CNPq, CAPES e União Europeia”, esclarece.

Voçoroca Torres, Parque Estadual do Bacanga, município de São Luís, Maranhão

                                         

Fonte: Matos, 2018.

O professor explica, ainda, que as Voçorocas são mais comuns em áreas de expansão urbanas recentes, sobre uma litologia sedimentar frágil, aliadas às fortes chuvas concentradas sempre no período de Janeiro a junho, com frequência nas margens das rodovias federais.

Seus estudos apontam que, para resolver a situação, é preciso importantes investimentos, a retirada da população das áreas de risco, o desvio do escoamento superficial que chega ao interior das crateras, e a aplicação de projetos de engenharia tradicionais ou bioengenharia de solos, bem como drenagem urbana, acompanhada de saneamento básico.

Conforme repercutido na mídia nacional recentemente, foram encontradas várias crateras na cidade maranhense de Buriticupu, o que poderá comprometer grande parte da estrutura urbana da cidade. De acordo com o professor Fernando Bezerra, essas voçorocas surgiram na década de 90, algumas já ultrapassando os 300m de comprimento e 70m de profundidade.

Voçoroca na área urbana do município de Bom Jesus das Selvas, Maranhão

 

“A malha urbana dessa cidade e seus sistemas de arruamentos, aliadas aos fortes eventos pluviométricos, contribui também com o grande volume de água (enxurradas) que chegam no interior das Voçorocas, aumentando o risco de avanço nas residências locais”, afirma o pesquisador do PPGEO/UEMA.

 

 

 

 

 

Fonte: Viana, 2019.

Por Alcindo Barros



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